Com roupas típicas andinas, Castillo participou de evento na região de Puno na terça
O Congresso do Peru, controlado pela oposição de direita, rejeitou nesta terça-feira (7) levar adiante o impeachment do presidente de esquerda Pedro Castillo.
"Não foi admitida a moção" de vacância, declarou a presidente do Congresso, María del Carmen Alva, depois que o pedido de levar Castillo a julgamento político obteve apenas 46 votos favoráveis no plenário (eram necessários 52 para aprová-la), 76 contrários e quatro abstenções.
Esta foi a quinta moção de julgamento político contra um presidente peruano nos últimos quatro anos e lembra pedido similares que levaram à queda dos presidentes Pedro Pablo Kuczynski, em 2018, e Martín Vizcarra, em 2020.
"Em nome de meu governo, agradeço que a votação do Congresso tenha colocado o Peru à frente de outros interesses", afirmou o presidente Castillo no Twitter.
Ele também fez um apelo para acabar com as crises recorrentes entre o Congresso e o Executivo dos últimos anos.
"Irmãos, acabemos com a crise política e trabalhemos juntos para conseguir um Peru justo e solidário. O povo nos confiou suas esperanças. Não o desapontemos", concluiu.
A primeira-ministra Mirtha Vásquez afirmou que o governo recebeu a "decisão do Congresso com a vontade de somar esforços com o Legislativo".
"O Peru não quer viver mais em crise, o Congresso reagiu de acordo com a realidade terrível que vivem os peruanos, que querem estabilidade e soluções para os problemas que enfrentam" com a pandemia e a situação econômica, declarou à AFP o analista político Hugo Otero, ex-assessor do falecido presidente Alan García.
Castillo, um professor rural de 52 anos que assumiu o poder há apenas quatro meses, está sob suspeita por um escândalo de suposta ingerência do governo nas promoções militares, o que deu margem ao pedido de impeachment. Por este caso, também foi convocado a depor em 14 de dezembro perante a procuradora nacional, Zoraida Ávalos.
"A única coisa que Pedro Castillo fez foi dinamitar os pilares de nosso Estado", afirmou a deputada opositora Patricia Chirinos ao apresentar os fundamentos do pedido de impeachment, que não prosperou.
O Congresso votou após um debate áspero de quase duas horas, no qual o opositor moderado José Alberto Arriola, do Acão Popular (centro-direita), pediu aos colegas uma "trégua" para que Castillo pudesse governar.
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